Melhor Actriz Principal
Melhor Actor Principal
Melhor Actriz Secundária
Melhor Actor Secundário
Melhor Filme de Animação
Melhor Argumento Original
Melhor Argumento Adaptado
Melhor Fotografia
Melhor Edição
Melhor Banda Sonora
|PARE. ESCUTE. E LEIA.|
O subconsciente afinal é um espaço público
Classificação: 8,5/10
Um drama familiar entre ringues e sacos de areia
Classificação: 8/10
Depois de tantos boxing films do género boxeur-amador-com-pouca-sorte-na-vida-mas-com-ambições-de-uma-carreira-de-sucesso, pensei que já não existia no mundo espaço para mais raging bulls ou rockies, nomeadamente depois dos recentes sucessos de Million Dollar Baby e Cinderella Man. Afinal ainda há e The Fighter é a prova disso.
Baseado na história verídica do ex-boxeur e campeão mundial de boxe, Micky Ward (Mark Wahlberg), o filme de David O. Russell começa num registo diferente: como se fosse um documentário (registo por vezes utilizado ao longo do filme). Um documentário sobre o meio-irmão e treinador de Ward, Dicky Eklund (Christian Bale), um ex-pugilista, bastante popular no seu bairro, que viu a sua carreira comprometida devido ao vício do crack.
The Fighter vive assim da relação entre os dois personagens e dos seus dramas e conflitos pessoais, naquela que, convencional, podia ser mais uma narrativa sobre o boxe. Mas que, devido ao especial destaque dado a família problemática (e dramática) dos personagens, escapa ao triste destino de ir parar a caixa dos “mais-um-boxing-film-americano”.
Algo que também só é possível devido à excelente prestação do elenco do filme, que conta com nomes como Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams e Melissa Leo. À semelhança de The Kids Are All Right, é o elenco que faz realmente o filme funcionar e estabelecer-se como um dos melhores filmes dramáticos do ano.
Dos quatro actores, Wahlberg é aquele que menos se destaca. Por vezes, ficamos mesmo com a sensação de que o seu papel é mesmo secundário (embora isso deva-se também a uma falha ou estratégia inteligente - fica ao vosso critério - por parte de Russell de ao longo do filme evidenciar os restantes personagens, nomeadamente Dicky, em detrimento do de Wahlberg). Ainda assim, Wahlberg consegue uma das melhores prestações da sua carreira.
Melissa Leo e Amy Adams, que interpretam, respectivamente, a mãe de Ward e a namorada do mesmo estão brilhantes e justificam inteiramente a nomeação de ambas ao Óscar de melhor actriz secundária. No entanto, Leo acaba por roubar a cena interpretando uma “mulher de família” bastante teatral mas, simultaneamente, bastante humana.
Já Christian Bale, quase que irreconhecível na pele de um cadavérico Dicky, é quem mais se destaca no filme com uma interpretação memorável e merecedora do Óscar de melhor actor secundário.
Além de um elenco fantástico e carismático, The Fighter não tem muito mais a oferecer do que um enredo convencional mas bem concebido e uma realização bastante consistente mas longe do primor e genialidade de Aronofsky ou Fincher (ainda hei-de entender porque Russell foi nomeado para melhor realizador; Boyle, Nolan ou mesmo, Granik seriam nomeados bem mais justos).
É certo que The Fighter não é simplesmente mais-um-boxing-film-americano, mas está longe de ser um digno sucessor de Raging Bull, Rocky ou Million Dollar Baby. Mata a sede mas não nos deixa com vontade de beber mais água.
Um final em grande para a trilogia de uma geração
Classificação: 10/10
Sabem quando sentimos que voltamos novamente a ser crianças e que afinal o tempo não passou e nós continuamos as mesmas criaturas desdentadas e contentes? Não? Então é porque ainda não viram o Toy Story 3.
Essa é a magia de Toy Story 3, que é muito mais do que um filme tecnicamente impecável à boa moda da Pixar. É muito mais do que uma bem-contada e moralmente rica história à tradicional moda da Disney. É uma espécie de terapia de regressão: que nos transporta de volta a nossa infância, nomeadamente, se tal como eu, o espectador tiver crescido a acompanhar as aventuras de Woody, Buzz, do casal Cabeça-de-Batata e de toda a malta do quarto de Andy. Que, tal como eu, tenham na história destes brinquedos também uma parte da sua própria história.
É um filme feito para juntar no mesmo sofá, crianças, jovens e adultos. Os primeiros que, com certeza, não ficarão indiferentes a história divertida e cheia de acção do filme. Os mais jovens se identificarão com Andy e com o seu dilema de quem inicia a vida adulta. Já para os adultos, fica reservada a nostalgia dos “velhos tempos”. Mas, para todos, a oportunidade de assistir um bom filme que emocionará, arrancará gargalhadas e despertará recordações.
Toy Story 3 não decepcionará em nada os fãs da série, visto que consegue a proeza de superar os filmes anteriores, fechando com chave de ouro a trilogia. (Dando uma lição a um certo ogre verde.) O filme proporcionará ainda, através de momentos irónicos (private jokes para fãs), recordar alguns elementos-chave dos filmes anteriores como, por exemplo, “o Garra” da Pizza Planet ou o facto de Buzz julgar ser um verdadeiro guerreiro espacial.
Escusado será dizer que Toy Story 3 é o justo vencedor do Óscar para melhor filme de animação e justo nomeado ao Óscar de melhor filme (sabemos que este desenhos animados não ganham!).
É um filme para guardar no baú, mas cá em cima, para que o possamos retirar quando quisermos. Até porque a infância passa, mas a criança nunca morre. Assim, Toy Story 3 não é um adeus, é um “até sempre” ou melhor, é um “até o infinito e mais além”.
(E por hoje ser sexta-feira, perdoem-me a falta de paciência)
Chamem-me parvo. Mas estou farto da música dos Deolinda (sim, aquela-que-todos-nós-sabemos). Para começar, a música soa a uma mistura de canção de embalar com o Filho do Recluso. É certo que reparto da indignação e subscrevo a letra que é actual e pertinente. No entanto, haja pachorra (qual música do Pingo Doce) para ter que ouvi-la em tudo que é telejornal e ter que aturar as mais diversas divagações à volta da mesma. Mas, tudo bem, o que interessa é termos trilha sonora para os nossos protestos de sofá e as nossas indignações da hora do jantar, não é? Até porque os idosos encontrados mortos em casa já não vão surgindo com tanta frequência e o Egipto já passou a história e nós precisamos de algo que nos vá entretendo…
Longe vão os tempos em que as exportações Marroquinas para Itália se limitavam a ser produtos têxteis, equipamentos petrolíferos, rochas de fosfato, entre outros produtos. Hoje, todos nós sabemos que a exportação marroquina mais importante em Itália é uma Ruby. Uma Ruby quente e controversa, que parte corações, uma arma letal capaz de derrubar governos.
O último coração em que esta Ruby tocou foi no de Silvio Berlusconi. Alegadamente, Il Cavaliere montou o seu cavalo, “sacou” da sua espada, frente a uma Ruby que é menor de idade. Isto causou uma onda de choque em Itália, quer na política, quer na sociedade.
Dezenas de milhares de italianos saem às ruas exigindo a demissão do Primeiro-Ministro, e a oposição faz o mesmo no Parlamento. Como é que Berlusconi responde? Quanto à oposição, em 2.11.10 (já quanto à presença de uma tal Ruby numa das suas festas), responde dizendo que “é melhor gostar de mulheres bonitas do que ser gay”. Ao povo, pede um voto de confiança.
A verdade é que Berlusconi vê-se confrontado com a sua versão de “arma de destruição maciça” e vai ser levado “à barra” em Abril no caso RubyGate. Este caso sobe para 3 o número de processos judiciais em que Berlusconi vai estar envolvido e que serão retomados entre o fim de Fevereiro e o inicio de Março.
Il Cavaliere vai ter muito que cavalgar nos tribunais italianos este ano, porém, nada de isto é novo para o Primeiro-Ministro italiano. Ele já se tornou uma presença mais ou menos regular nos tribunais, quase rivalizando com a épica personagem dos Malucos do Riso, Lelo que foi durante muitos anos representado por Camacho Costa, porém, não acredito que a maioria dos italianos se consiga rir com este réu.