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domingo, 13 de fevereiro de 2011

A revolta de um não tão viajante


Ser um estudante universitário implica dedicar uma quantidade considerável de tempo tanto às aulas como ao estudo, obrigando-nos, por vezes, a deixar de fazer certas coisas que gostamos.

Eu prefiro sair de casa, ir ao cinema ou até simplesmente passear. Sempre que possível escolho o automóvel como meio de transporte, porém, tanto a minha carteira como um primo esverdeado começam a queixar-se desta prática.

A verdade é que eu, tal como milhões de pessoas por este mundo fora, sou confrontado com os preços do “ouro negro”, cuja subida me faz lembrar João Garcia, na medida em que os gráficos de apresentação dos mesmos já possuem curvas com uma altitude respeitável, porém nunca desistem ate alcançarem o pico mais alto.

Esta escalada provoca em mim uma dor que me liga a milhões de pessoas que já tenham abastecido um carro ou que já tenham visto alguém a fazê-lo. Este é o preço a pagar para podermos ir daqui até ali.

A revolta que sinto veio de uma noticia que afirmava que a Galp teve um aumento de 43% dos seus lucros, que corresponde a 306 milhões de euros, cerca de 840 mil euros por dia.
Quando confrontado com isto decidi que nunca mais abasteceria na Galp. E nunca mais o fiz!

Passei a abastecer na Repsol. Para meu espanto, dias mais tarde leio uma notícia sobre a Repsol. Segundo a mesma, a petrolífera teve um crescimento de 32,5%, alcançando 1,786 bilião de euros nos primeiros nove meses de 2010, atingindo uma liquidez de 7 biliões de euros. Mais uma vez, quando confrontado com tal notícia decidi que nunca abasteceria na Repsol e até hoje mantenho a minha palavra.

Então, virei as minhas atenções para a Shell. Pelo menos até ao dia em que constatei na Internet que a Shell apresenta lucros de 18,6 milhões de dólares, quase duplicando os seus resultados comparativamente com 2009. Então, voltei a fazer outra promessa, desta feita, que não voltaria a abastecer na Shell, promessa que mantenho até hoje.

Finalmente optei pela BP. Certamente que a petrolífera que teve prejuízos de 5,5 mil milhões de euros devido à crise do Golfo do México, não terá lucros tão elevados – pensava eu, inocentemente. Na verdade, bastaram apenas que 6 meses passassem desde a tragédia para que a BP apresentasse lucros na ordem dos 1,3 mil milhões de euros. Recorri novamente às minhas promessas e desta vez o alvo foi a BP.

Hoje, tenho o carro parado na garagem porque o depósito se encontra vazio. Hoje, infelizmente ando a pé.

1 comentários:

Mafalda disse...

Óptimo Projecto, Meninos! Estão os dois de parabéns ;)
Quanto ao texto, Sr. Frederico, não seja mentiroso que vc anda é à boleia cmg! Mas este mês já foram mais de 20 contos po tecto só em gasóleo. Damn :/
Boa sorte!

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