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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Diz que é uma espécie de moção


Sun Tzu, aquele chinês que escreveu um livro sobre guerra, já dizia: "não pressiones um inimigo encurralado". A mais pura das verdades, visto que é bem possível que este (o "inimigo") tenha uma moção de censura na manga. Não é, senhor Louçã?

E não é que o nosso profeta não-tão-desarmado-assim, enfraquecido por uma estratégia pouco inteligente aquando das finadas e enterradas Presidenciais e ameaçado por uma eminente moção de censura do PCP, anuncia, num ameaçador tom chucknorriano, uma moção de censura por parte do Bloco...

Resultado: o franzir das sobrancelhas comunistas; o coçar das cabeças sociais-democratas; o habitual sorriso contido de Portas e dos seus fiéis seguidores (qual PCUS) e um suspiro de (aparente) alívio por parte do Governo-PS. E o levantar das vozes dos nossos opinion-makers de serviço. E alguns queixos caídos. E todo o frenesim televisivo a que já começamos a ficar habituados.

Na minha humilde opinião de opinador (ups!) amador e blogger iniciante, está moção é nado que já nasceu morto: predestinada ao fracasso. E o Bloco sabe disso. Assim como sabe que o seu surpreendente anúncio será um papel de divórcio pós-casamento-furado para o PS, uma finta ao PCP, uma corda-para-enforcamento ao partido de Portas. E, principalmente, uma mina armadilhada no terreno que o PSD prepara com tanta prudência.

Estamos perante uma medida desesperada? Sim. Mas menos inteligente e pensada por isso? Não me parece. Afinal, o Bloco é um partido político à portuguesa: desenganem-se os apaixonados!

Assim, esta moção só deverá contar com os votos favoráveis do próprio Bloco, e quem sabe, de Portas e dos seus apóstolos (ansiosos por sentar na mesa da última ceia). Do PCP? É possível. Mas garantidas estão a abstenção do PSD de Coelho. E os votos contra do PS (os únicos já confirmados).

BE. PCP. Governo. PSD. Quem sentirá o ardor da batata-quente? O que é certo é que continua a tele-novela que é a nossa tríade Governo-Parlamento-Cavaco...E ainda dizem que a melhor ficção nacional é a da TVI. Bullshit!

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