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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A raiva pega-se: Líbia (e Djibouti!)

(olha ele na UL!)

1. Imunes às injecções (entenda-se a duplicação de salários aos funcionários públicos, por exemplo) e as terapias de choque que Kadhafi aplicou no sentido de controlar a raiva que corre nas principais cidades líbias, as reivindicações e manifestações populares continuam de boa saúde. No entanto, espera-se que a temperatura aqueça quando a febre de indignação chegar ao coração do país, Tripoli. E, ao confirmar-se esse facto, não só Kadhafi estará em maus lençóis mas também o povo líbio visto estarmos perante um regime bastante severo, que não hesitará em servir-se da sua força bruta para controlar a fúria popular.
No entanto, aproveito a onda bwin que por aí anda para dizer que a minha aposta para “próximo Egipto” vai para a Líbia. Razões? A proximidade geográfica com a Tunísia e Egipto; um regime decadente há quarenta e dois anos no poder. (Cavaco, ainda és uma criança!); o facto de o povo não estar nada agradado com a possibilidade de um kadhafinho suceder ao pai e o elevado índice de desemprego numa população bem qualificada, se tivermos em conta o padrão africano. (Ainda sou daqueles que acredita que revolução é coisa de gente instruída, desculpem.) Já para não falar de que os Estados Unidos não se importariam em nada com a queda de Kadhafi.
No entanto, Kadhafi tem duas coisas a seu favor e que podem comprometer um desfecho feliz para a Líbia: em primeiro lugar, poderá agradar a sua população com mais umas medidinhas simpáticas patrocinadas pelo tesouro negro do país e, em segundo lugar, o facto do líder político ainda gozar do apoio de uma camada importante da população e do exército.
Assim aposto na Líbia mas sem apostar as fichas todas, não vai isto acabar em mais uma cirurgia plástica.

2. E hoje o pequeno Djibouti juntou-se a corrida com uma manifestação histórica para o país que contou com 30 mil dos seus 600 mil habitantes (aqui). Será que a tartaruga ganhará a lebre?

(Ou será que a onda de fúria já começa a dar sinais de acalmia? Esperemos que não, pela saúde de todos.)

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