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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Óscares 2011: The Kids Are All Right (Crítica)

O retrato all right de uma família à moda da Califórnia

Classificação: 8/10

Nic (Annette Bening) é médica e uma mulher séria e controladora. Vive em união de facto com Jules (Julienne Moore) uma mulher descontraída e de alma artística que decide começar um negócio como paisagista. O casal tem dois filhos: Joni (Mia Wasikowska), a menina inteligente dos “excelentes” e “muito bons” que pretende ser médica como a mãe biológica, Nic; e Laser (Josh Hutcherson), filho biológico de Jules, é o protótipo do bom-miúdo-desportista-americano. Assim, estaria completa a equação de família norte-americana que o grande ecrã nos tem habituado.

No entanto, quando Joni completa 18 anos, Laser pede-lhe que o ajude a encontrar o pai biológico de ambos. Neste âmbito, surge o elemento que falta nesta equação familiar: o bon vivant, Paul (Mark Ruffalo). A entrada de Paul no quotidiano desta família afectará a todos e obrigará a um repensar das relações entre eles.

Está assim dado o mote para a trama de The Kids Are All Right. O enredo do filme de Lisa Cholodenko pode não ser surpreendente, mas é muito bem estruturado, equilibrando a comédia com o drama (e vice-versa) sem que se perca demasiadamente em nenhum dos géneros. O que permite bons diálogos e uma evolução inteligente por parte dos personagens.

Apesar disso e de ser um filme bem dirigido, seria um filme que passaria, de certa forma, despercebido, não fosse ter um elenco incrível que dá vida ao filme e o transporta para outro nível, proporcionando-nos ainda assistir uma entrega ao personagem e uma cumplicidade entre actores pouco vista.

Bening é de facto quem mais se destaca. A actriz tem uma performance fantástica que merecia ser agraciada com o Óscar de melhor actriz, não fosse termos uma Portman na sua melhor forma este ano. Moore também tem um desempenho notável, aliás, como sempre. Já Ruffalo, de quem nunca fui muito fã, acaba por surpreender com uma performance acima da média. Mas se merece a nomeação obtida ao Óscar? Já não tenho tanta certeza.

Quanto aos miúdos: sim, portam-se bem. No entanto, continuo com as minhas reservas em relação a Wasikowska. É permanentemente estranha e distante. (Talvez se arranjassem um pouco de sal para a miúda as coisas melhorassem.)

Destaco ainda a forma como a problemática da homossexualidade de Nic e Jules foi pouco (ou bem) explorada. Aliás, o facto acaba mesmo por ter pouca importância no filme: o que é louvável.

Descontraído. Real. Divertido. E envolvente. The Kids Are All Right está longe de ser o novo Little Miss Sunshine, como alguns apregoam, mas ainda assim é um filme bastante seguro que nos deixa com um bom sorriso de satisfação no rosto.

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